Empreendedor, roteirista de TV, produtor audiovisual, palestrante, professor e humorista são algumas das caixinhas que a gente poderia usar para tentar definir José Luiz Martins. Mas se o Zé — como muitos o conhecem no mercado publicitário — não se deixou definir por sua deficiência física, não seriam meia dúzia de rótulos que iriam fazer o trabalho.
O que podemos SIM dizer é que o Zé é um criativo brilhante e inquieto que tem muita facilidade com ideias e palavras. Hoje, é dono de duas empresas: a produtora Pé da Letra — onde desenvolve conteúdo audiovisual para marcas e emissoras (com dois programas infantis na TV aberta) e o Empório da Palestra, de palestras e treinamentos corporativos.
Na Featured Story deste mês, batemos um papo com essa fera (“oh loco, meu” — com a voz do Faustão) que também é um parceiro BPool:
Com vocês então, ZÉ LUIZ MARTINS.
P: Zé, começamos o texto acima dizendo que você tem várias facetas, e humorista é uma delas. Então, pra quem ainda não te conhece, por favor, se apresente em uma piada:
R: O brasileiro tem uma média de 1,8 filho por casal. Muito prazer, eu sou o vírgula oito.
P: Além de programas de TV, piadas e conteúdo para marcas, você também está escrevendo um livro, confere? Qual é a ideia por traz dele?
R: Sim, ao longo da vida fui anotando todas as histórias engraçadas que vivi por causa de minha deficiência física. Quando me dei conta, tinha história pra caramba. Resolvi reunir todas num livro (que será lançado em breve) e num monólogo, que já apresentei em forma de stand up em teatros e de palestra em empresas.
P: Em sua entrevista ao Jô Soares, ele te apresenta dizendo que você “ri dos outros e ri de si mesmo”. Essa capacidade de encontrar humor em tudo ao seu redor ajudou a moldar o profissional Zé Luiz Martins? Como?
R: Sem dúvida. O humor é muito mais que entretenimento, é um mindset muito poderoso. Isso porque, com humor, nós podemos desmistificar os problemas. Todas as coisas que pareciam sem solução passam a ser vistas de uma maneira mais leve, inteligente e criativa. Cabe a você rir de suas dificuldades e tentar superá-las ou se vitimizar, se proclamar um injustiçado e se transformar em um eterno reivindicador.
P: Você fez carreira como redator, mas também já faz stand up comedy há muitos anos e escreve para televisão, teatro e palestras. Como é o seu processo de elaboração dos textos? Tem alguma semelhança com o processo criativo para campanhas publicitárias?
R: Acho que são modalidades diferentes da mesma atividade. É como futebol, futsal e futebol de areia. É tudo futebol, mas cada cenário pede habilidades específicas. A piada e a publicidade têm uma estrutura bem semelhante: sua ideia deve se resolver em si mesma, de maneira instantânea e extremamente impactante. É a lógica do setup vs punch, sabe?
Já formatos de entretenimento envolvem um arco narrativo, camadas de personagens e outros fatores que precisam de um tempo maior de resolução e um fôlego maior do roteirista. Aí é mais parecido com criar um conceito para uma marca que dure anos e tenha diversas peças.
P: Você coleciona campanhas memoráveis no seu portfolio e trabalhou com dois dos maiores nomes da publicidade brasileira: Marcello Serpa e Nizan Guanaes. É uma carreira e tanto! O que te fez abrir mão dela para empreender e abrir seu(s) próprio(s) negócio(s)?
R: Se você tem alguma predisposição para empreender, conviver com grandes empreendedores vai alimentar esse desejo. Então boa parte de meu espírito empreendedor é inspirado no Marcello e no Nizan. Além disso, costumo dizer que há dois tipos de criativos: o puro-sangue, que vai no detalhe do detalhe, para ter a peça perfeita. E o criativo estratégico, que gosta de colocar as engrenagens para rodar e ver a máquina funcionando. É como jogar Fifa e Simcity: são duas atividades totalmente diferentes, mas igualmente importantes.
P: Considerando o seu momento profissional e o momento que vive a indústria da comunicação, como você enxerga a chegada da BPool?
R: É uma plataforma incrível, que tem tudo para fortalecer o mercado de comunicação de marcas. Com cada vez mais players empreendendo de um lado e anunciantes sedentos por novidades do outro, é fundamental existir uma empresa séria e inovadora fazendo a ponte entre eles.
P: Agora, cara, a gente não poderia terminar este papo sem uma piada, né? Conta uma pra gente?
R: Um deficiente físico, um humorista e um roteirista de TV entram num bar…