Featured Story #4 | Greta Paz

Greta é um nome que está com tudo em 2019! Se você ainda não reparou, preste atenção:

Greta Thunberg, ativista sueca, aos 16 anos foi indicada ao Nobel da Paz.

Greta Van Fleet, a jovem banda de Michigan, arrasou no Lollapalooza em abril e ganha cada vez mais notoriedade entre os amantes do rock clássico.

Greta Paz, empreendedora gaúcha de 28 anos, além de tocar duas empresas, dar aulas e palestras, agora resolveu lançar um canal no Youtube para falar de um dos seus temas favoritos: empreendedorismo.

Greta — a Paz — é sócia-fundadora da Eyxo, parceira da BPool, e é a estrela desta edição da Featured Story BPool.

Com vocês então, GRETA PAZ.

P: Greta, a banda Greta Van Fleet lançou seu primeiro álbum quando o integrante mais velho tinha 20 anos, a jovem ativista sueca foi indicada ao Nobel da Paz com apenas 16 anos e você fundou sua primeira empresa com 22 anos. É só coincidência ou o nome Greta realmente empodera jovens?

R: Tenho certeza que é uma feliz coincidência. A Greta Thunberg tem chamado a atenção de muitas pessoas para questões importantes do planeta e confesso que adoro quando digo o meu nome e as pessoas lembram da banda.

Todos chegaram onde estão pelo trabalho com senso de propósito que fazem. Fico muito empolgada quando vejo jovens sendo ouvidos, independente do nome que eles têm. Que mais Gretas, Joãos e Marias queiram deixar um impacto positivo no mundo desde cedo.

P: O que te instigou a empreender tão cedo e por que este é um tema que te atrai tanto?

R: Nasci numa família de empreendedores que admiro muito e tenho certeza de que isso me deu coragem e segurança para arriscar. Apesar de, com 19 anos, estar na liderança de um time de 40 pessoas em uma grande produtora audiovisual, eu não encontrava no mercado o lugar onde eu realmente quisesse trabalhar. Quis empreender porque encontrei uma boa oportunidade de negócio e, principalmente, para convencer o mercado de que jovens e mulheres podem construir empresas que façam a diferença. Sempre desejei ter um negócio que valorizasse as pessoas, que tivesse leveza nas relações, que a entrega fosse mais importante que a vaidade e que trouxesse resultados para os clientes.

P: Algumas pesquisas, entre elas a GEM Brasil 2015 (Global Entrepreneurship Monitor), apontam um movimento crescente de mulheres empreendendo no Brasil. A que você atribui isso e o que ainda precisa ser feito para a consolidação desta tendência?

R: Primeiro, precisamos levar em conta que nesse aumento de mulheres empreendedoras, um número grande delas está empreendendo por necessidade. São as questões econômicas e a de falta de oportunidades que fazem com que muitas enxerguem o ato de “abrir um negócio” como única alternativa.

Agora também é importante destacar que cada vez mais vemos mulheres que empreendem por opção: aquelas que estão inquietas e buscam soluções para os problemas do mundo ou das suas comunidades.

Fazem isso porque enxergam que é possível. Elas sabem que podem ser agentes de transformações. Quando uma mulher enxerga outra empreendendo e dando certo, ela passa a ver possibilidades. Cada vez mais vejo mulheres que são empreendedoras servindo de inspiração para outras.

Entretanto, as mulheres ainda passam diariamente por muitas situações de preconceito, em que precisam mostrar a sua competência com mais força do que qualquer homem precisaria. Estamos no caminho, mas longe do ideal.

P: Muita gente se sente presa à estabilidade do trabalho com empregador, mas tem uma porção de boas ideias na gaveta que talvez nunca sairão do papel. O que você falaria pra essas pessoas?

R: Tenho várias conversas com pessoas que estão nesse momento de vida. Primeiro, é preciso entender se essas ideias são realmente boas, tem fit com o mercado e se a pessoa realmente teria tesão de tocar elas 08 horas por dia, 05 dias por semana, pelo menos. Depois, é ser prudente, dar um passo de cada vez. Pode ter certeza, se for para ser isso a sua vida, você vai ter um chamado, em que nada mais vai fazer sentido se não for empreender.

Adoro dizer que mais importante do que ter iniciativa é ter acabativa. As pessoas mais geniais que conheço não são aquelas que tem milhares de inícios, mas sim muita persistência para superar todos os obstáculos que aparecem. Vejo, principalmente na minha geração, que não saber lidar com qualquer insatisfação ou frustração faz as pessoas buscarem novos começos. Para isso, olham as boas ideias. Um bom negócio não surge assim.

P: Pra você, quais são os principais benefícios de ser sua própria chefe?

R: Posso dizer que não é fácil ter a Greta como chefe. Sou super exigente comigo mesma porque busco ser sempre exemplo para quem está comigo.

Agora, claro, também tem coisas maravilhosas. Poder tomar todas as decisões alinhadas com um propósito, ver o crescimento do negócio e ser a principal liderança desse movimento, poder escolher as férias e ter muita liberdade são questões que eu valorizo muito.

P: Por outro lado, ser responsável pela saúde de uma empresa e pelo emprego de pessoas é uma pressão muito grande. Como você lida com isso?

R: Para lidar com a pressão, busco ter equilíbrio. Não sou workaholic, por isso busco foco total nas horas em que estou trabalhando. Faço terapia, pratico yoga e busco ter uma vida social muito presente. Os profissionais de hoje precisam ser extremamente criativos e cheios de repertório. O tempo livre é importante para isso. Se eu estiver feliz, equilibrada e produtiva, isso vai se refletir no negócio e na equipe. Vejo muitos empreendedores valorizando muito o trabalho 24/7. Definitivamente, não sou assim. Quero estar cem por cento presente em tudo o que eu fizer.

P: Quais são as principais lições que você aprendeu nas suas experiências anteriores que você procura aplicar hoje na Eyxo?

Cada pessoa que trabalhou comigo me ajudou a construir a profissional que sou hoje. Convivi líderes e mentores incríveis, que me fazem muitas vezes pensar em como eles agiriam em determinadas situações antes de uma tomada de decisão que preciso fazer.

Tive algumas experiências anteriores, em agências, veículos de comunicação e produtoras audiovisuais. Tinha a percepção, por exemplo, de que sets que envolviam muita gente na maior parte das vezes não eram os mais produtivos. Isso virou premissa para o modelo de negócio da Eyxo.

Outra coisa que sempre me incomodou muito no mercado era a falta de compromisso com o horário. Por isso, na Eyxo, decidimos que seríamos todos muito comprometidos com isso. Não adianta falar que ficou até tarde trabalhando, quando se começou a trabalhar 11h30.

P: Os parceiros da BPool são empreendedores por natureza. Como você acha que a ferramenta pode impactar o universo do empreendedorismo no Brasil?

R: Acredito muito no trabalho em rede e desde que fui apresentada para o BPool me interessei demais pela proposta. Ela está alinhada com o que o mercado precisa em todos os aspectos . A empresa entrega valor tanto para parceiros quanto para marcas. Também torna o tempo de todos mais produtivo, facilita as conexões, estabelece combinados claros e transparentes. Fico feliz de ver a Eyxo como parte desse movimento.

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