Independente futebol clube

Em texto original para o PropMark, Flavio Waiteman, CCO e fundador da Tech and Soul, fala sobre o crescente movimento das agências independentes e seu potencial de inovação.
Confira!

Atlantic Nova York, do brasileiro Marco Pupo e do português Coutinho; Coming Soon Lisboa, do português Pedro Bexiga e do brasileiro/riopretense Marcelo Lourenço; Slap Global Argentina, Madrid e Nova York, cria dos incríveis Max Itzcoff e Gerry Graff (que inclusive fechou a sua Barton2000 independente em 2018); Uncommon Londres, ouro do International Agency of the year da Advertising Age; e várias outras empresas são alguns exemplares das agências independentes que apareceram nos últimos meses e estão ganhando trabalhos e relevância.

E outras virão. Porque “eles” também virão. Como aquela cena de Campos dos Sonhos em que Kevin Costner fala que basta preparar o campo que “eles” vão aparecer. Só quem cortou o milharal alto e construiu um campo de beisebol profissional no meio do nada sabe o que estou falando. E quando “eles” aparecem é uma sensação incrível.

A vida das independentes é uma incerteza sem fim, mas não se fazem grandes narrativas sem imensos vales seguidos de rápidos picos. As agências independentes estão se organizando até em redes: TheNetWorkOne de Londres organiza globalmente agências independentes que se apoiam nos negócios; the Council de Per Pedersen, ex-chairman da Grey WorldWide, reuniu algumas independentes de cinco continentes para concentrar talentos e prospectar clientes globais; BPool, de Beto Sirotsky, Pablo Arteaga e Davi Cury, criou uma plataforma que aproxima agências independentes de clientes gigantes para o Brasil e América Latina, tornando possível o talento criativo vender estratégia e criatividade para grandes clientes sem entregar os pontos para a burocracia.

Sim, amigos. Temos um movimento de fato. Muito forte lá fora e começando aqui. E enquanto esse movimento das independentes ganha corpo, a Mother de Londres, provavelmente a mãe das agências independentes, continua assim por uma questão de escolha.

Hermeti Balarin e Ana Balarin, além de brasileiros, são sócios da agência. Wieden & Kennedy também resiste por uma questão de estatuto: está lá que, enquanto continuarem no negócio, nada muda: é Independente Futebol Clube. Continuam firmes no propósito de contribuírem com a indústria através de criatividade e inventividade. Vai saber. Tem sempre um outsider apaixonante no mundo dos negócios que nos faz repensar os nossos valores.

Uma agência independente é um mundo. Seu mundo. É numa independente que espíritos livres se encontram, que novos talentos iniciam a carreira e culturas realmente inovadoras se forjam. É lá que tem uma luz de esperança daquele jovem sonhador nerd que não se ajusta muito entre pintura, música, cinema e livros.

É numa agência independente que você pode aprender que a última coisa que deseja na vida é ser independente. Pode acontecer. Uma agência independente mostra do que você é feito. Afinal, foi o próprio recurso, saúde e talento utilizados numa visão de que “quem sabe pode dar certo!” É só numa agência independente que você pode tentar uma nova forma de atuar, de dividir, de promover e criar. O mercado não era como era antes? Não. Isso não quer dizer que está menos divertido. Comunicação, estratégia e criação continuam sendo uma das melhores coisas para se fazer das 7 da manhã às 17 da tarde. E isso é algo que nunca vão tirar de você.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *