O mercado de influenciadores digitais é um dos maiores do mundo e o segmento cresce cada vez mais, de acordo com pesquisa recente do Business Insider, a previsão é de que, até o final deste ano de 2022, o setor valha US$ 15 bilhões (cerca de R$ 79 bilhões).
Mas, por que ações com influenciadores estão crescendo tanto e o que agregam de valor para as marcas?
Na Featured Story deste mês conversamos com a Priscila Pádua, sócia da Agência Fizz, especializada em Marketing de Influência, Marketing Digital e Cross Branding. Confira o nosso bate papo sobre influenciadores digitais e cocriação como contribuição de valor para as marcas!
Q: Priscila, para iniciar nosso bate papo, como você definiria o influenciador digital ou o criador de conteúdo?
A: Criadores de conteúdo ou influenciadores possuem a capacidade de inserir a publicidade de forma criativa, espontânea e com muita propriedade no seu dia a dia. Eles contam histórias, engajam seus seguidores em fotos ou vídeos, e percorrem as etapas do funil de conversão que vão desde a geração de awareness até a conversão em vendas daquele determinado produto ou serviço.
Q: Percebemos que ações com influenciadores vem aumentando cada vez mais. Quais são os principais motivos das marcas estarem aderindo a esse tipo de divulgação e quais os benefícios que diferenciam da publicidade tradicional?
A: O mercado de influência realmente tem crescido bastante. Houve uma grande transformação nos últimos 20 anos. Da fase da exploração dos anos 2000, onde os usuários experimentaram os limites e as possibilidades do novo mundo digital, passando para a era da influência em massa, em 2010, com o surgimento da economia do influenciador, para a fase da ação, que vivemos hoje. Plataformas foram construídas com base nas descobertas, educação e criatividade. Viralizar ganhou um novo significado à medida que ativismo e absurdo se reúnem no mesmo espaço. As postagens, ao mesmo tempo que entretém, também passam muita informação (infotenimento). Mais de 60% das pessoas já compraram algo por terem sido impactadas por estes posts. O marketing de influência reúne atributos poderosos, ao mesmo tempo em que ele pode tornar uma marca conhecida, ele insere genuinamente o produto no dia a dia, gerando endosso e consideração, e através da inspiração, torna aquele produto ou serviço uma necessidade latente. Através de links traqueados é possível entender quem comprou e quanto foi vendido com uma determinada campanha; é possível, inclusive ter feedbacks rápidos sobre um determinado produto; além de criar comunidades de brand lovers, gerando conteúdo espontâneo a respeito de uma marca. Com todo este buzz que o marketing de influência gera, a troca é muito mais rápida e pode ser mais facilmente mensurada a conversão do que na publicidade tradicional.
Q: Os influenciadores também são fontes de informação para as pessoas, com uma comunicação mais leve, autêntica, descontraída e humana. O que vocês pensam sobre a cocriação de conteúdos entre marcas e influenciadores? O que isso pode trazer de valor para a empresa?
A: O trabalho de curadoria destes criadores de conteúdo que fazemos na Fizz é muito importante para o sucesso da ação. É necessário conhecer a fundo o perfil de cada um que fará parte da campanha, quais são seus gostos, seus hábitos, a constituição da sua filha (cônjuge, número de filhos, idade), onde moram etc. Para a campanha passar credibilidade, o criador de conteúdo deve realmente consumir aquela categoria/produto. Neste tipo de mercado, não há espaço para fingir consumir uma marca. Além disto, na grande maioria dos projetos que a Fizz atende, fazemos questão dos calls de alinhamento entre marca e influenciador. É importante que ele tenha todas as informações, formas de consumo, detalhes da marca para que crie um conteúdo autêntico, para que ele mesmo possa defender a marca, caso surjam comentários. Quando este processo é respeitado, a chance de gerar valor é muito grande, porque a marca passa a ter um fã, alguém que realmente a incorpora ao seu dia a dia.
Q: Além da cocriação de conteúdos entre as partes, algumas marcas trazem os influenciadores também para o processo de desenvolvimento de novos produtos e serviços. Isso é uma tendência? O que as empresas buscam com essa estratégia?
A: Exatamente, hoje há vários exemplos de criadores de conteúdo que se tornaram sócios de marcas, principalmente com as marcas nativas digitais. Esta estratégia faz muito sentido quando se tem um influenciador reconhecido em algum assunto junto à uma marca que tem este mesmo tema na sua proposta de valor. A capacidade de personificar a marca é um grande atributo, um match, ao qual o criador empresta seu endosso, recomendação, genuinidade e espontaneidade, alavancando as vendas, consequentemente gerando mais lucros para ambos os lados.
Q: Qual o papel da Fizz na comunicação entre as duas pontas, marca e influenciador, principalmente em relação a criação de briefings, estratégias, e roteiros e conteúdo?
A: A história da Fizz, que está prestes a completar 10 anos, coincide com o surgimento da influência em massa, ou seja, somos pioneiras neste assunto, crescemos e nos desenvolvemos junto com o mercado. Somos responsáveis por toda a estratégia da comunicação que envolve, curadoria de tendências, criação das mensagens, mapeamento dos influenciadores, cocriaçao, calendários de postagens e mensuração dos resultados, com análises qualitativas e quantitativas de cada campanha.
Q: Em relação a campanhas e inovações na área, o que devemos esperar desse mercado para os próximos anos?
A: Este mercado tem se aprimorado muito, mas ainda tem muito a crescer. Os micro e nano influenciadores têm ganhado muita relevância e se tornado cada vez mais peças fundamentais nos planos. A inteligência artificial é também uma ferramenta importante para escalar este mercado e a mensuração dos resultados também tem se tornado mais sofisticada, e trabalhamos aqui na Fizz para ajudar na construção de padrões de informações que auxiliem as marcas a tomarem decisões baseadas em dados.