No acelerado mundo do marketing digital, a criação de conteúdo se tornou essencial para as marcas se destacarem e se conectarem com seus consumidores. Mas como construir marcas líderes e estabelecer conexões autênticas com as comunidades por meio de ecossistemas de conteúdo inovadores?
Nesta Featured Story do mês, entrevistamos Renata Guerra, Diretora de Estratégia e Negócios da Buena Onda, agência parceira da BPool. Durante o bate-papo, conhecemos melhor o seu trabalho e diferencial no mercado, além de entender como a Buena Onda se destaca por sua expertise na criação de ecossistemas de conteúdo para marcas líderes.
Saiba mais sobre o mundo dos ecossistemas de conteúdo estratégico e como essa abordagem pode transformar o marketing digital e impulsionar o sucesso das marcas.
Confira a entrevista!
Quais são os elementos-chave que a Buena Onda considera essenciais ao desenvolver ecossistemas de conteúdo para marcas líderes, e como você assegura que esses elementos estejam presentes em cada projeto?
Vivemos hoje na era da economia da atenção onde somos bombardeados por informações 24 horas por dia. Com esse excesso de informação, conquistar a atenção das pessoas é o principal desafio das marcas. E nesse contexto, produzir um conteúdo relevante, que as pessoas tenham interesse em assistir é fundamental.
Mas, é importante reconhecer que não é possível ser relevante pra todo mundo. É preciso ter muita clareza para quem queremos ser relevantes e quem é a nossa comunidade. E é por isso que acreditamos que as marcas visionárias são as que colocam a comunidade no centro de suas estratégias.
Em cada um dos projetos da Buena Onda, buscamos conhecer profundamente a comunidade para a qual estamos criando e, além disso, co-criamos com ela. Ao entender as necessidades, interesses e paixões, podemos criar um conteúdo que seja autêntico e relevante.
Para isso utilizamos uma metodologia própria que é a nossa forma de garantir que esses elementos estejam presentes em cada projeto. E esse “jeito NBO” é muito empreendedor: a gente não manda fazer, a gente faz, do início ao fim. É um jeito que radicaliza a colaboração, colocando todas as partes que têm importância na estratégia da marca no início de cada projeto e é também construído a partir de vivências e interações diretas com a comunidade.
E tudo isso não só resulta em conteúdo mais interessante, mas também fortalece os laços entre a marca e seus seguidores.
A construção de marcas líderes exige relações horizontais e integradas. Como a Buena Onda colabora com seus clientes para criar ecossistemas de conteúdo que promovam uma conexão autêntica com suas comunidades?
Acreditamos na construção de relações baseadas em confiança, transparência e colaboração. Trabalhamos como uma extensão das marcas, com times dedicados mergulhando profundamente no universo de cada uma delas. Entendemos que é preciso estarmos muito próximos para poder contribuir de forma significativa no negócio.
Hoje conseguimos ter muita proximidade pois estamos envolvidos em todas as etapas do processo. Participamos ativamente desde a criação da estratégia e muitas vezes dos produtos, até a construção das narrativas, produção do que criamos e ativação desse conteúdo always on. E isso faz com que a gente esteja muito próximo tanto dos clientes quanto do consumidor final.
E quando esse trabalho é consistente vira uma plataforma de dados, pesquisa e feedback constante.
À medida que avançamos para o futuro, como você enxerga a evolução do conteúdo e seu impacto nas marcas? Quais são as oportunidades que as empresas devem aproveitar para se destacarem nesse cenário em constante mudança?
Com a fragmentação e descentralização da mídia, acreditamos que as marcas são ou deveriam ser publishers, produzindo conteúdo próprio que faça diferença na vida das pessoas. As pessoas não querem ver propaganda, elas querem ter acesso a entretenimento, informação, cultura e tudo isso é conteúdo. Pesquisas mostram que os consumidores apresentam uma visão mais positiva sobre uma marca depois de consumir conteúdo produzido por ela.
Mas é importante ressaltar que ainda existe um caminho a ser percorrido para que as marcas entendam a real importância do conteúdo nas suas estratégias e entendam que os códigos e premissas para criação das conversas de conteúdo são diferentes dos códigos da publicidade. O conteúdo é e precisa ser muito mais autoral, proprietário e social onde a marca deixa de ser a protagonista da mensagem para dar palco e voz para as pessoas.
Quais seriam as etapas iniciais recomendadas para as marcas que desejam iniciar sua jornada na produção de conteúdo relevante? E quais são os erros mais comuns a serem evitados nesse processo?
Em primeiro lugar é preciso identificar sua comunidade e se aprofundar no seu universo entendendo sua cultura, valores, comportamentos e paixões. Depois é preciso se conectar de forma verdadeira estabelecendo uma conexão autêntica.
As marcas precisam sair do lugar de protagonistas para fazerem parte desse ecossistema e estarem realmente abertas para ouvir e aprender com a sua comunidade. E a partir disso, criar conteúdos que sejam inspiradores, úteis, informativos e que essas pessoas se interessem em ver e compartilhar.
Depois de estabelecer essa conexão, nos aventuramos em diferentes linguagens e formatos de acordo com o objetivo de cada marca e papel de cada plataforma.
Quanto aos erros mais comuns a serem evitados eu destacaria a falta de autenticidade. Marcas ou segmentos se comunicam de maneira muito padronizada. É preciso encontrar o seu diferencial, a sua identidade e a sua forma de se comunicar. E quanto mais verdadeiro, melhor!
Como empreendedora, você fundou a Hub77 e liderou projetos estratégicos para marcas renomadas. Como essas experiências influenciaram a sua visão sobre a importância do conteúdo e da conexão autêntica com as comunidades no ambiente de negócios atual?
Tanto na Hub77 quanto nas minhas experiências anteriores eu sempre tive um foco muito grande em como a comunicação pode agregar valor para o negócio.
E para mim, o conteúdo hoje é uma das formas mais poderosas para as marcas criarem conexões verdadeiras com as pessoas. Nessa era de excessos, o que vai fazer as pessoas prestarem atenção no que uma marca tem a dizer? É preciso criar narrativas que despertem algum tipo de emoção e interesse nas pessoas. E isso é muito estratégico.
Como você acompanha e se mantém atualizada em relação às evoluções das plataformas e tendências de consumo de conteúdo? Pode compartilhar alguma inovação recente que você tem explorado na agência?
Sou muito curiosa e interessada. Adoro acompanhar podcasts, livros, relatórios de pesquisas e muito conteúdo nas redes sociais. Mas acredito que somos a soma das pessoas que mais convivemos. E posso dizer que tenho o privilégio de conviver com um time de pessoas muito talentosas na Buena Onda com quem aprendo todos os dias. Criamos um ecossistema que engloba clientes, parceiros e nosso time interno que é muito rico e diverso que faz com que a gente esteja sempre aprendendo, evoluindo e ampliando o nosso repertório .
Além disso, realizamos muitos sprints onde conectamos especialistas em determinados assuntos para ampliar nosso conhecimento e chegar mais longe em determinados projetos. Um exemplo é o processo de co-criação da estratégia dos produtos da família Corre da Olympikus que realizamos recentemente, e que acabou sendo um dos projetos premiados pelo Effie Awards.
Por fim, compartilhe conosco sua visão inspiradora sobre o poder transformador dos ecossistemas de conteúdo. O que você diria para encorajar as marcas a abraçarem essa abordagem e construírem um futuro de sucesso?
Acreditamos que mais do que fazer sucesso as marcas precisam fazer sentido na vida das pessoas. E o nosso trabalho é muito sobre isso. É sobre como marcas líderes podem, através de uma estratégia de conteúdo única, criar conexão emocional e verdadeira com as pessoas, indo muito além do território de produtos e serviços e se reconhecendo como fontes de inspiração, educação e entretenimento para suas comunidades.
Por isso, encorajo as marcas a serem inovadoras e ousadas na forma como envolvem com suas comunidades e constroem suas narrativas, perseguindo a originalidade e se tornando indispensáveis na vida nas pessoas.