De problem solvers para problem seekers

Em tempos de IA o SXSW nos convida a ressignificar a curiosidade e a ocupar o papel de questionadores

A edição do SXSW deste ano gerou inúmeras discussões. Algumas pessoas consideraram 2024 a melhor edição dos últimos anos, enquanto outras entendem que o festival perdeu sua essência e não é mais o mesmo.

Tive o privilégio de ir para Austin pela primeira vez.

E como é bom experienciar coisas pela primeira vez. Numa mistura de fascínio, desconfiança e curiosidade.

O que vi e presenciei aqui foi um universo de possibilidades. Diferentes conteúdos, diferentes trilhas e diferentes abordagens que combinando-se aos repertórios individuais podem gerar diferentes perspectivas, conhecimentos e aplicações.

Claramente o SXSW não é um evento com um fim em si mesmo.

Na palestra Exploring Emerging Tech: Real vs. Hype, Anthony Yell – Chief Creative Officer da Razorfish e Chris Duffey – Strategic Development / Emerging Solutions da Adobe reiteraram algo que já é sabido, mas, mais do que nunca, precisa ser lembrado: “Com a evolução das linguagens de AI, em breve, vamos sair da posição de problem solvers para problem seekers”.

E se precisamos ser melhores questionadores, precisamos ampliar nosso repertório e estimular nossa curiosidade.

E dentro desse tema, assisti a Featured Session: Make Curiosity Contagious, conduzida pelo fundador e CEO, Paul Barnett, e pela Head of Creative Questions, Hannah Singleman, ambos da Now What – uma empresa que estimula uma cultura de curiosidade dentro das organizações. Essa proposta me chamou bastante a atenção, inclusive porque na BPool temos a curiosidade como um de nossos valores centrais.

Paul e Hannah partem da premissa de que as pessoas possuem diferentes tipos de curiosidade e as clusterizaram em 4 perfis*:

Voyager: encara a curiosidade como um mapa do tesouro, seguindo seus instintos. Seu espírito aventureiro o guia na busca por aprender sobre pessoas, lugares e ideias. Eles têm o talento de fazer perguntas que inspiram aventura e expressam o desejo de aprender para entender o mundo.

Rebel: aborda a curiosidade como uma tela em branco. Desafia as regras, questiona o status quo e perturba a norma. Eles acreditam no poder da curiosidade para reescrever e reimaginar o mundo ao seu redor para melhor.

Tinkerer: pensa como cientista, sua curiosidade está em desmontar e reconstruir. Ao entender as diferentes peças que compõem algo, eles podem recriá-lo de maneiras inovadoras.

Inner Child: aborda a curiosidade como um playground. Abraça a magia de uma mente iniciante e atravessa a vida com olhos e ouvidos abertos. Suscetíveis à maravilha, mas impermeável às suposições.

Saio hoje de Austin mais curiosa do que nunca.

Volto com a cabeça fervilhando, com muitas palestras do eventos gravadas para assistir, com uma lista de livros para ler e ainda com muita coisa para decantar.

Sem abandonar o foco no presente e o olhar crítico, mas também me provocando a fazer mais e melhores perguntas.

Artigo originalmente publicado no Meio & Mensagem.

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