5 tendências em tecnologia que prometem transformar o Marketing em 2024

Daniel Prianti comenta sobre as práticas que devem ser mantidas e desenvolvidas ao longo do ano e as estratégias que devem ser abandonadas pela categoria

Para muitos, o início de um novo ano é o momento perfeito para refletir sobre as transformações do porvir. Para os profissionais de Marketing, isso não é diferente, e manter o radar ligado em busca de tendências cruciais para a área é essencial.

Quem acompanha de perto o mundo do Marketing sabe que, em 2024, a tecnologia deverá ditar algumas das mais valiosas cartas para marcas e empresas que buscam estar no páreo comercial ao longo do ano. Pensando nisso, surgem as perguntas: de que maneiras as tendências tecnológicas poderão transformar o Marketing neste ano? E qual deverá ser o impacto destas tecnologias sobre o comportamento dos consumidores?

Para responder a questão, Daniel Prianti, CSO e cofundador da BPool, elencou cinco tendências de tecnologia e comportamento do consumidor que irão impactar toda a cadeia de comunicação e Marketing.

IA generativa segue impulsionando transformações

Daniel começa o argumento com uma citação retirada do site da consultoria Boston Consulting Group: “para ser líder do setor em cinco anos, você precisa hoje de uma estratégia de IA generativa clara e atraente”. Para o CSO, o modelo de Inteligência Artificial popularizado e democratizado pelo ChatGPT, associado ao Machine Learning, já está transformando os negócios há pelo menos dez anos.

Cada vez mais integrados a produtos e serviços, incluindo a publicidade, a tecnologia permite, por exemplo, maior personalização para as campanhas publicitárias, oferecendo agilidade na criação de peças para públicos diferentes de maneira automatizada, o que ocasiona a otimização de recursos em todos os níveis.

Privacidade no centro das discussões

Enquanto 87% dos executivos pensam que os clientes têm um elevado nível de confiança no que diz respeito à forma com que seus dados são utilizados pelas empresas, 70% dos consumidores negam essa hipótese, conforme aponta um estudo conduzido pela PWC.Em função disso, Prianti defende que os profissionais de Marketing priorizem práticas como coleta a transparente de dados e o consentimento explícito para a obtenção, bem como a criação de mecanismos de uso dos dados mais seguros para reconstruir a confiança e promover a aplicação da regulamentação.

O alto índice de desconfiança provocou diversas mudanças, entre elas o desativamento dos cookies no Chrome pelo Google, navegador que detém hoje aproximadamente  80% do tráfego na internet do país, previsto para os primeiros seis meses de 2024. Na ausência dos dados que identificam um usuário (PIIs) – o que impossibilita a troca de informações de navegação do mesmo entre diferentes sites e aplicativos – novas tecnologias deverão ser aplicadas como uma nova forma de geração insights para garantir a performance esperada das campanhas de Marketing digital.

Social commerce e live commerce

Adquirir produtos no ambiente online já é parte corriqueira na rotina de milhões de brasileiros. 62% dos entrevistados pela pesquisa E-commerce Trends 2024, realizada pela Octadesk em parceria com a Opinion Box afirmaram fazer de duas a cinco compras online todos os meses.

Neste panorama, o social commerce e o live commerce têm ganhado relevância nas estratégias de muitas marcas para encantar seus clientes. O primeiro descreve a venda focada nas redes sociais como Instagram, WhatsApp ou Facebook Messenger. Toda etapa de busca por um produto, a navegação pelo site e a finalização da compra, acontece nas redes sociais e plataformas digitais.

Já o live shopping é uma modalidade de vendas que une o livestream ao e-commerce em uma experiência na mesma tela, com a live ocorrendo no próprio site ou aplicativo da marca, gerando zero fricção ao processo de compra e uma experiência mais personalizada.

Back to basics: centralidade no cliente

A estratégia de manter o cliente no centro das decisões, analisando profundamente as suas necessidades para entregar mais valor e assim priorizar a melhor experiência, tem sofrido um revés. Com o dinamismo da economia abaixo do esperado, muitas organizações estão fazendo cortes através de automatizações que afetam negativamente a relação entre usuário e marca, resultando em queda de qualidade, atendimento e experiência ao cliente.

Para Prianti, as estratégias precisam ser repensadas e o Marketing terá que redefinir não só as experiências de alto impacto e foco de investimento, mas também as iniciativas que não podem ser cortadas, pois podem impactar negativamente a fidelidade dos consumidores e as relações de longo prazo.

Quem controla quem?

Embora a democratização tecnológica esteja trazendo benefícios notáveis, notificações constantes, algoritmos incompreensíveis e a atração por rolar interminavelmente a tela tem se tornado um problema que leva os consumidores a restringir seu uso de tecnologia.

Para Prianti, marcas que ainda trabalham com notificações diárias devem abandonar essa estratégia. O CSO ressalta que é preciso se reinventar e criar uma comunicação direta, que esteja disponível e seja menos robótica, bem como formas de divulgar produtos ou serviços de modo a não incomodar o usuário, em busca de relações mais humanizadas. O Marketing precisa oferecer ao cliente o senso de controle sobre suas escolhas.

Publicado originalmente em Mundo do Marketing.

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