Análise de dados, criação de imagens e geração de insigths estão entre as mudanças causadas pela democratização da tecnologia
Que o crescimento da inteligência artificial no mercado de publicidade e marketing está a todo vapor, isso é certo. Para se ter uma dimensão, de acordo com um estudo recente da Gartner, 37% das agências de comunicação já utilizam IA em alguma atividade enquanto 57% planejam integrar a tecnologia nos próximos três anos.
Dessa forma, essa revolução tecnológica está transformando as operações, a estrutura e a competitividade também das agências independentes, que representam no Brasil 94% do mercado de agências, segundo pesquisa Córtex e Mundo do Marketing.
Um relatório da AdAge destaca ainda que a IA generativa está revolucionando o setor de marketing ao permitir uma personalização em massa e a criação de conteúdo mais relevante e impactante para os consumidores.Play Video
As ferramentas de IA estão sendo usadas para criar campanhas publicitárias automatizadas, desenvolver estratégias de segmentação de público mais precisas, gerar imagens e permitir insights valiosos a partir de grandes volumes de dados. ChatGPT, Gemini, Midjourney, Runaway, Klingai, Suno e Dall-E são apenas algumas das ferramentas utilizadas.
A estrutura das equipes nas agências independentes também deverá ser impactada com a adoção da IA. Espera-se um aumento no número de generalistas criativos, que são capazes de utilizar as ferramentas de IA de maneira eficaz e liderar equipes com alta capacidade de impacto.
Essa tendência, muito discutida por Ian Beacreaf, consultor de IA de empresas como Samsung, Google e Nike, no SXSW, reflete a necessidade por profissionais que saibam integrar a IA de forma criativa e estratégica.
“Os benefícios da IA para essas agências são notáveis. A tecnologia permite uma automação eficaz de tarefas operacionais, o que libera tempo para atividades mais estratégicas e criativas. Além disso, a IA enriquece o processo criativo de ponta a ponta e ajuda na materialização de ideias inovadoras.”
Beto Sirotsky, co-CEO e cofundador da BPool
Apesar dos avanços, a integração da IA apresenta desafios significativos, como a necessidade de dados de alta qualidade e questões relacionadas à ética, privacidade e direitos autorais.
“As agências precisam navegar por um cenário regulatório em constante evolução, que demanda conformidade com leis de proteção de dados, como a LGPD no Brasil, e estar atenta a possíveis implicações legais associadas ao uso de conteúdo gerado por IA”, pondera Sirotsky.
“Por mais que a incorporação da IA nas empresas ofereça inúmeras oportunidades de inovação e eficiência, sua integração exige um planejamento cuidadoso e uma abordagem ética e transdisciplinar para garantir que o potencial da tecnologia seja plenamente realizado sem comprometer a confiança e a segurança dos clientes e do mercado”, ressalta o co-CEO.