Em artigo exclusivo escrito a convite da BPool, Alan Rochlin, Community & Business Lead da consultoria de recursos humanos THE GRID, fala sobre o papel do RH e o futuro do trabalho. Confira abaixo!
Da criação de novas comunidades à diferentes realidades de trabalho, as grandes mudanças serão articuladas pelos RHs
A sociedade tem suas mudanças refletidas nas organizações da mesma forma que estas também podem acelerar grandes transformações no coletivo, mas nada evolui sem troca. Não só por meio de uma constante atenção aos movimentos do mundo, mas também com as pessoas das nossas empresas e parceiros próximos. Em conversa com a Yael Cohen, nossa curadora de talentos do THE GRID e Gerente de RH na TuneIn, ela traz que “acontecimentos no mundo nos fazem questionar nossos comportamentos e da nossa sociedade, adicionando mais uma camada de desconforto. O RH e a liderança da empresa têm que ouvir seus colaboradores e proporcionar, de acordo com o possível, formas de ajudá-los a suprir as diferentes camadas dessas (novas) necessidades.”
E como podemos articular e acelerar essas mudanças, garantindo não só uma melhor experiência e bem-estar das pessoas, mas também os resultados positivos do negócio? Aqui pelo THE GRID, realizamos semanalmente uma pesquisa de bem-estar e monitoramento com colaboradores de toda a FLAGCX, analisando questões relacionadas a assuntos que permeiam o dia a dia de trabalho. Chamamos esse projeto de “KYP” (Know Your People – Conheça suas Pessoas) e ele cumpre seu propósito: não só com a consistência das pesquisas, mas com a agilidade e profundidade para colocar na prática o que ouvimos das pessoas, mapeando as principais questões sobre saúde emocional, gestão e produtividade (entre outras), implementando ações que atendam todos os pontos e levando percepções para quem é líder de pessoas. Numa pesquisa divulgada pela HBR, 42% dos participantes dividiram no início da pandemia do COVID19 que sua saúde mental vem caindo. Se antes essa já era uma questão que deveria ser prioritária em gestão de pessoas, agora é quase essencial para se manter um equilíbrio entre o desenvolvimento dos colaboradores e dos negócios.
O RH não deve ter um papel de fazer pelas lideranças, mas sim trazê-las para junto no que diz respeito a pessoas. Helene Hermes, fundadora do THE GRID, traz uma visão bem essencial para esses tempos:
“Vejo que um dos grandes desafios do RH, em um contexto onde os formatos de trabalho precisam ser adaptados tão rapidamente, é da área conseguir atuar como uma articuladora entre os negócios e as pessoas que atuam neles, criando sistemas mais horizontais de relações onde os processos sejam co-criados entre quem se envolve neles, entregando ferramentas que suportem a cultura, desenvolvimento e evolução dos ambientes para lugares mais sustentáveis e humanos.”
O Google, como um exemplo de modelo de cultura que suporta o desenvolvimento das pessoas, possui um case de descentralização de “práticas de RH”. E colocamos entre aspas porque o programa Blue Dot é um programa de saúde emocional descentralizado, foi de iniciativa de pessoas de fora desta área e tem como principal objetivo a escuta-ativa. O departamento de benefícios da empresa só entrou para garantir que os “listeners/ouvintes” recebam treinamento apropriado.
Em entrevista para o Dropbox Blog, o Dr. Wayne E. Baker, professor de Sociologia da Universidade de Michigan fala que “promover um ambiente em que os fluxos de comunicação e as perguntas estejam sendo feitas é uma questão de cultura e que todos podem contribuir positivamente.” É nesse processo que o RH entra para acelerar, conectar pontas, furar bolhas e quebrar estereótipos. Para o nosso “THE GRID, Insights”, o Edu Zanelato, Head de Cultura e Comunicação da Mutato, nos trouxe que vê “com certa urgência [a necessidade] das empresas traduzirem na sua cultura organizacional as transformações do mundo.”
Com um RH que articula e distribui, ouvir vem sempre em primeiro lugar. A cultura vai existir a partir do primeiro dia da empresa, e vai além dos propósitos oficializados em frases e documentos com valores. É um desafio usar o que é dominante em uma cultura para conseguir transformá-la rapidamente, mas saber escutar, trazer co-autores para as ações e saber adaptá-las constantemente, são bons passos para criar novas comunidades e diferentes realidades no trabalho.
Como THE GRID, esses são alguns desafios que estamos entrando juntos com diferentes RHs, de diferentes tamanhos e segmentos de mercado. Nós surgimos da necessidade crescente de constantemente pensar, construir e reconstruir o futuro do trabalho. Desde a sua fundação, a empresa vem criando comunidades diversas de talentos, reunindo pessoas que se relacionam com trabalho de novas maneiras e possuem experiências de vida únicas. O THE GRID desenha e implementa estratégias de recrutamento, cultura, operação de pessoas e desenvolvimento de equipes com um olhar de proporcionalidade e experiência. Acreditamos em sistemas mais humanos de colaboração e na criação de ambientes de trabalho que consigam traduzir o contexto que vivemos como sociedade e que constantemente sejam atualizados, tornando-se espaços de aprendizado e evolução.