Com ou sem crise, daqui pra frente, a chave é se reinventar para não ficar para trás.
Navegar é preciso, mas pra onde? O cenário ainda é de incertezas, e hoje, são elas o principal combustível que movimentam reestruturações de negócios e estratégias mais ágeis de tomadas de decisão.
Porque não fazer nada, é o mesmo que afundar.
Estamos vivendo uma experiência sem precedentes no mundo com mudanças drásticas dos hábitos de consumo e socialização. Contudo, algumas marcas vêm combinando propósito e negócios para chegar em denominadores comuns, tanto para os lucros, quando para a sociedade. E talvez aí, esteja a resposta para a pergunta do início deste texto.
Não existem fórmulas mágicas, nem gurus com métodos milagrosos. O inteligente agora é continuar a navegar mesmo em meio à tempestade em busca de novos mares.
Usando um modelo de 3 fases sugerido pela consultoria global McKinsey, levantamos algumas reflexões sobre como podemos reagir frente à crise com o que temos visto e conversado com nossos parceiros.
FASE 1: NAVEGAR A CRISE
Reestruturar planos de negócios com agilidade tem se tornando uma estratégia recorrente entre as empresas. Uma vez que a crise chegou para todos, a sobrevivência será daqueles que forem mais rápidos e inteligentes em se readaptar.
// Adequação da presente oferta
Durante o artigo a consultoria reafirma o cuidado com a jornada do consumidor e a necessidade de adequar ofertas e explorar demandas novas e já existentes.
Vale sempre questionar-se sobre o que as pessoas querem agora? São as mesmas coisas de antes? Elas compram pelo motivo ou do mesmo jeito? A urgência aumentou ou diminuiu?
São grandes mudanças e muito mais estão por vir. A pirâmide das necessidades mudou e hoje cabe a nós auxiliar o consumidor a encontrar e satisfazer cada uma delas de maneira mais consciente.
// Recursos e processos mais humanos
De mãos dadas com a crise da pandemia está a crise financeira. Ocasionando demissões em massa e adoção do home office como saída em números jamais vistos antes.
Mas será que estamos fazendo o nosso melhor para que ambos os processos aconteçam de forma mais humana e empática possível? Como a sua empresa está executando a eventual dispensa dos colaboradores? O processo foi humanizado? Como está a saúde mental dos colaboradores durante o distanciamento social? Você entende o momento e implementa estratégias para não deixar a produtividade cair sem exigir demais?
Repensar processos como gestão de pessoas, como prepará-las, executar mudanças na cultura da empresa e garantir o bem-estar dos colaboradores durante a quarentena são pontos que precisam ser observados com cuidado.
// Produção de conteúdo
Você está entregando conteúdo relevante? A sua marca está presente na mente do consumidor? Se posiciona nas grandes discussões? Dialoga sem ser invasiva?
O marketing de conteúdo quando bem feito pode gerar grandes resultados. Lives de músicos e artistas batem recordes de audiência e influenciadores nas redes sociais se tornaram parte da programação diária durante o distanciamento social. Diante disso, surgem novas oportunidades de interação das marcas de uma maneira mais saudável com seus consumidores.
Seja ensinando como manter-se ativo em casa, preparar receitas rápidas ou mesmo abrir espaço para a discussões mais profundas sobre a solidão, por exemplo. Vemos muitas delas aproveitando o aumento do consumo de conteúdo como uma um canal para levar suas soluções ao target certo, no momento certo.
FASE 2: SE PREPARAR PARA A RETOMADA
A seu produto ou serviço está no digital? A sua distribuição depende somente de um canal? Sua empresa testa novas modalidades de vendas?
// Novos hábitos é igual a novas demandas. São eles que criam oportunidades. Por exemplo, com o aumento do consumo online e a digitalização de serviços, empresas que se digitalizarem rápido terão mais chances de crescimento no futuro.
É preciso a utilização da mentalidade ágil para capturar novos mercados e criar novas maneiras de fazer negócios, especialmente no digital. Isso significa ajustar mais rápido. Implementar novos modelos de distribuição, criar novas parcerias estratégicas e experiências de marcas para uma retomada mais assertiva.
No entanto para que isso aconteça é preciso pegar um problema e dividi-lo em tarefas menores, criar mínimos produtos viáveis (MVPs) ou protótipos para testar soluções inovadoras. Continuar desenvolvendo soluções constantemente e acompanhar as mudanças em tempo real será a chave para voltar a crescimento saudável.
FASE 3: ATUAR NO PRÓXIMO NORMAL
A pergunta que vale muito mais que 1 milhão de dólares: Como será daqui pra frente? Pode parecer uma grande sessão de adivinhação agora. No entanto, algumas empresas já têm encontrado saídas para manter as velas a toda força.
// Futurismo x adivinhação
Menos burocracia e mais objetivos claros. Equipes mais ágeis e serviços sob medida serão o reforço prioritário para tocar o barco. Projetos que antes demandava-se meses, agora são concluídos em dias. Implementar essas e outras ações têm dado mais espaço para um futuro e menos para chutes e adivinhações.
Das poucas certezas que temos até o momento a maior delas é que a pandemia está formando um novo mercado, sim. Melhor ou pior ainda não se sabe, mas as coisas serão diferentes.
Com ou sem máscaras e álcool em gel é preciso trabalhar em conjunto para enxergar todos os cenários e escolher a melhor direção.
Os pilotos automáticos estão inoperantes e as marcas precisam assumir o controle, novos cargos e funções, estratégias de marketing e comunicação vão ter que se reinventar e quem desbravar primeiro esses novos mares vai sair na frente.